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quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

Ahhhh o Natal !!!



É estava eu lá no meio daquele monte de gente com suas crianças no colo, loucas para alcançar as balinhas que o Papai Noel distribuía.
Quando de repente a muvuca ficou um (in)tensa demais para uma apresentação de natal.
Eu e minha mãe já tinha nos emocionado à beça, quando nos deparamos com uma cena um pouco cômica se não houvesse um pouco de tragédia, um homem, 40 anos mais ou menos com uma criança menina no colo começa a discutir (feio) com uma jovem senhora idosa que prestigiava a magia natalina acontecendo com seu fofo cachorrinho no colo...
Foi um bate-boca e tanto, rolando ali bem nas nossas caras e ninguém fazia nada, instantaneamente e quase que inconscientemente vi que o negócio estava começando a esquentar a voz ficando mais alta, e eles se tornando o centro da atenção, eu contagiada pelo espírito natalino pulei (sim pulei no meio deles antes que eles se aproximassem mais e) entre os dois e comecei a cantar (e dançar) uma música de natal, com a qual eu mal sabia a letra, mas mesmo assim deu certo (o que eu queria fazer), eles tentaram continuar a discussão mas graças a essa magia toda de natal mais pessoas me ajudaram a cantar a música mais ou menos assim: “eu pensei que todo mundo fosse filho de Papai Noel  la la la la la la la la la la la la la la la la brincadeira de papel...” foi o que saiu da música e foi a maneira que as pessoas em volta me apoiaram, e depois que o rapaz já não estava mais na cena muito menos a senhorinha, a minha mãe vem e me diz “atitude muito bonita a sua, não fez nada diretamente a eles, mas teve uma ótima sacada, teve até ajudantes”, naquele momento com o Papai e a Mamãe Noel atrás de mim e as pessoas que me ajudaram a cantar no meu lado, senti que fazia parte daquilo, que eu era um soldadinho-ajudante-de-papai-noel junto com meus companheiros de trabalho.
Fiz pelo simples fato de que aquela senhora merece muito mais respeito do que realmente podemos dar, quantos natais ela já não viveu? Quantos natais ela já não salvou? E aquele senhor poderia estar simplesmente estressado após longo dia de trabalho tendo que carregar a criança no colo no meio de uma montoeira de gente mas, e aquela criança não merecia que o natal dela fosse estragado, teve poucos até agora, mas terá muitos pela frente, não me importa se ela entende como o trabalho do Papai(s) Noel funciona,  o que importa é que eu tentei fazer com que ninguém ali fosse prejudicado, a intenção e espalhar a felicidade e confraternização que a época de natal nos traz.
Assim como descobrimos (eu e minha mãe, mais minha mãe, ela ama conversar, ama sociabilizar) que uma menina da minha idade mais ou menos não gosta de natal nem de papai noel, descobrimos também que uma mulher da idade dela estava lá cansada depois de um dia de trabalho, em pé firme esperando a chegada do bom velhinho.
Que a magia do natal nos contagie sempre, não só na época de festas de fim de ano.

Ah e sobre a discussão foi aquela velha história a idosa estava atrapalhando a passagem, enquanto a pequena criancinha é que precisava ver o Papai Noel, e o rapaz ao invés de pedir licença, simplesmente achou que passaria pelo espaço (que nem a criança sozinha passaria) e tentou, empurrou a senhora, e ela disse que era só ele ter pedido licença.

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segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

O que se leva dessa vida?

        Afinal o que é a vida se não um emaranhado de emoções e sentimentos, cada passo que damos tem um significado, cada passo que recuamos também, então eu me pergunto o que devo viver se sei que vou morrer?!.Mas se isso de fato vai acontecer, o que fazer? São tantas perguntas, e tão poucas respostas.
       O que é mais importante, as primeiras palavras de um homem, ou suas últimas palavras? Penso que o início da vida é também o início da linguagem, da fala e da verbalização, já o fim da desta é um silêncio  imperceptível e quase inaudível, ainda há linguagem, porém a fala não é a mesma, pois há uma reflexão, seja do jovem que vai morrer, ou do “velho” que muito viveu, e agora em silêncio aguarda o fim da vida. O que vemos é que ninguém da importância as palavras que são ditas no leito de morte, não atentam, assim como no início, percebe-se que essas palavras passam a ser desvalorizadas, pela angústia que o fim provoca, afinal, ninguém quer ouvir as últimas palavras de alguém de quem quer se ouvir por toda a eternidade, ou seja não estamos preparados para a morte! Mas calma, se não estamos preparados para esse dia, significa que não estamos preparados para a vida, que não aprendemos a viver, pois só morre, quem vive, e quem não vive? Há muito já está morto.
       Recordo-me dos dias passados como se fosse hoje, e as vezes penso que ainda posso vive-los. Ah! Mais um suspiro, em um dia que ao que me parece está nublado, mais um suspiro, que indica que ainda há ar nos meus pulmões, mais um suspiro no que ainda me parece vida. Não sei o que levarei, mas sei o que deixarei, e mais ainda sei que me ouvirão as últimas palavras, e isso terá dado teor a toda a minha existência.
      Agora já não sou mais carne, e não há mais sangue em minhas veias, volto ao estado inicial da vida, e esse estado é a morte! Quase já não sinto as palavras, mas ainda vivo a linguagem, e esta... Esta nunca morrerá! Não sabemos o que há de vir, mas sei que não é ruim, é apenas um retorno para casa, mas enquanto não volto, vou poetizar, o que não morreu, o que ainda vive, e isso sim, é o que importa nesse momento.
O que se leva dessa vida? A pergunta certa deveria ser, o que se deixa nessa vida?

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quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

Apaixonar-se

            Quem nunca sentiu aquela sensação de frio na barriga ao olhar uma pessoa e dizer: “é essa!”? Quem nunca ficou com as pernas tremendo ao se aproximar de uma pessoa a ponto de ter que sentar pra não passar a vergonha de cair? Quem nunca sentiu o coração bater mais forte ao alerta do celular com uma nova mensagem, pensando ser a da pessoa desejada? Quem sabe muitos sentiram, mas, poucos têm coragem de assumir.
            Às vezes penso por que isso não acontece tão facilmente, por que é tão difícil achar alguém que mexa deste tipo com a pessoa, talvez por que se fosse direto não teria toda essa emoção e, também, as pessoas não se encontrariam tão facilmente com a pessoa certa e, acabaria por passar uma vida achando que está com a pessoa certa, mas sempre dando errado, sendo que, a melhor coisa a se fazer, seria procurar, ou esperar, a pessoa certa.
            Há quem diga que as coisas acontecem e que não cabe a nós procurar, pois digo, não é que vocês tem razão! Já percebeu que quanto mais se procura mais se leva pra cabeça e, que talvez nesse procurar, a pessoa apareceu e, o que poderia acontecer naturalmente passou sem mesmo você ver. Ah! Quem me dera estas questões íntimas sobre relações acontecessem de forma mais simples!
            Indo à frente de toda essa história da pessoa certa aparecer, tem a parte de ver que realmente está para acontecer e, aí vai a parte da identificação. Para uns, nada como um sorriso sincero para fazer derreter meu sentimento, para outros, uma bunda avantajada com peitos exorbitantes já são o suficiente. Para uns, nada melhor que a conversa e uma relação verdadeira a fim de conhecer a pessoa com o intuito de querer fazer dar certo, para outros, nada como uma noite para desfrutar dos prazeres oferecidos pela vida, enfim, cada qual com seu lado faltante, cada mulher com seu jeito de homem e vice-versa.
            Ah! Esse sentimento sem nome vai continuar tomando a mente de muitos ainda e, talvez eu possa garantir, nunca vão achar um ponto final para essa discussão, afinal, é um sentimento tão relativo que muda de pessoa pra pessoa pois, enquanto pra mim é estranho algum modo de demonstrar esse sentimento, para outro pode ser o modo verdadeiro de se fazer entender, enfim, um sentimento que causa dores mas que o nosso masoquismo necessita, simplesmente paixão.
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quarta-feira, 25 de novembro de 2015

E aí como utilizará dessa chance???


Faz tempo bom para falar sobre isso. Lá fora chove, e é aqui dentro de mim que fica tudo meio nublado. Eu não sei mais se posso ter certeza das coisas, ultimamente venho achando que tudo deve ter uma explicação, e que se não for pra mim, tem que ter pro próprio autor.
As coisas andam meio fora de ordem, ou dissonantes. O que podia ser tão simples está virando uma bola de neve, e coitado do próximo que será atingido, pois poderá morrer esmagado, pense no tamanho dessa bola de neve.
Isso envolve muita coisa e a principal delas é o afeto, o laço e a confiança criada com o outro. Pra que tudo isso se não é pra levar a lugar nenhum?
O afeto não é a coisa mais complicada dentre essas de se construir, afinal ele simplesmente acontece, na maioria das vezes. O laço já é quase uma consequência desse afeto, ele vai se formando de moldando e quando vê já está lá, para todos verem que algo há entre duas pessoas, seja um amor, uma amizade, uma camaradagem, seja o que for.
Mas a confiança, aahh a confiança me fascina, é extremamente incrível como ela se constrói as vezes sozinha e as vezes porque a gente quer que ela seja construída, mas a questão não é a construção de confiança e sim como podemos destruí-la, tão facilmente, penso da seguinte forma a partir do momento que uma confiança é colocada “a prova”, você só tem uma chance de fazer com que ela permaneça, porém, essa chance poderá ser chave para fazer com que ela suma e não volte nunca mais. Pode até ser que o afeto nem que seja por simples compaixão permaneça, mas a confiança uma vez mal defendida quando colocada à duvidas, não permanece nem por oração, pois somos humanos e inferiores demais para atender uma oração que é te ordem tão superior.
Então jamais façamos algo que levante dúvidas se outro pode ou não confiar em nós, pois dependendo do outro não teremos essa preciosa chance de nos defender, porém se depender de mim o outro terá somente uma chance.

E aí como utilizará dessa chance???

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terça-feira, 24 de novembro de 2015

Será Guerra?

E de repente em um piscar de olhos, alguma coisa muda, alguma coisa se transforma. Os dias nos mostram a “loucura” que é viver, e o desespero que é crescer. Ser criança parece ser a solução mais fácil, é uma constante busca para volta do Eu anterior, um desejo de ser amado, de que as preocupações impostas pelo princípio de realidade deixem de existir. Tudo o que acontece é uma alucinada procura, de algo que sane uma angústia, essa coisa quem nem sabemos o que é e nem como surge só queremos que passe. Viver exige viver, e é esse viver que aos poucos nos levam a querer morrer, mas querer morrer é um processo da vida de quem sabe viver. De repente torna-se difícil ser e estar. Ser feliz, estar feliz, ser realizado, estar realizado, ser amado, estar amando; é sempre assim, uma guerra interna, uma busca pela saciação, daquilo que é desconhecido, a qual Freud tão brilhantemente chamou de desejo, e isso foge do nosso campo de conhecimento.

Faz-se necessário saber, que há dentro de cada ser humano uma guerra, mas também há um guerreiro, e a guerra não é externa, ao contrário seu começo se dá dentro de nossa mente, e nos aprisiona, e por mais que queiramos fugir, torna-se impossível lutar com o que não se vê, com o que não se sabe, com aquilo que apenas se sente, e é esse sentir, que nos aprisiona ou nos liberta, nos faz despertar, ou dormir para sempre. A questão é como se sente, e o quanto esse sentir, interfere no mundo externo. É preciso compreender a guerra para vencê-la, a psicologia comportamental vai chamar isso de ressignificação, ou seja, trabalhar métodos de libertação através de uma autoanálise, e fazer isso no momento em que os “monstros” estão adormecidos, ou seja, durante a guerra o mais importante é a diplomacia, ninguém vence uma batalha com mão armada, isso se chama caos, para vencer é necessário compreender o que é essa guerra, é preciso tornar-se parte dela, ser amigo dela, só quando a guerra deixa de ser inimiga é que compreendemos, que ela é um paradoxo, pois faz vítimas e levanta heróis, compreende-se que a guerra só é guerra por que Eu quero que seja guerra, do contrário pode ser amor, ou ódio ou paz, eu escolho o que vai ser. De repente em um piscar de olhos, alguma coisa muda.
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sábado, 21 de novembro de 2015

O Último Texto

            O que é digno de estar no meu último texto? Qual a fonte que devo usar ou, quantas páginas devo escrever? Deve ser de dor ou de amor? Trazer alegria ou temor? Como deve ser meu último texto?
            Durante a vida textos vão e textos vem, uns são transcritos, outros não, uns são mais longos que se fosse para transcrever daria um livro, outros são tão pequenos que poderia escrever num pedaço de papel durante meu café da manhã na padaria, mas este, este é diferente, se trata do último texto.
            Um último texto poderia trazer um resumo do que se passa na minha cabeça ou até mesmo, um relato do estresse que há durante alguns momentos da vida. Um último texto poderia trazer à tona os problemas que me afligem para que quem venha a ler este texto entendesse o porquê das minhas atitudes. Mas um último texto é digno de mais, é digno de alegrias, mas, como ter alegria em momentos difíceis da vida, como é possível se tudo ao meu redor não passa de prédios desmoronando?
            Ah... o último texto toma tempo e cansa pelo trabalho que dá. O último texto da satisfação de trabalho cumprido até mesmo se esse trabalho durou pouco tempo. Ah... o último texto... quem me dera saber o que escrever nele.
           Talvez não seja o momento de escrevê-lo, talvez não esteja no lugar adequado, talvez... talvez... talvez... que o último texto seja escrito da maneira que vem à cabeça, que o recalque, que tanto Freud falou, não me venha incomodar, que venha somente o texto como deve ser, sem travas na língua e com o amor e a cortesia para aos outros falar.
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quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Quem?


Enfim, quem somos nós quando ninguém nos vê?
Quem somos nós quando estamos no momento mais intimo possível, aquele que nos deparamos sozinhos, sem ninguém por perto pra vigiar, podendo fazer qualquer coisa que achemos necessária?
Quem somos nós quando estamos com mais pessoas por perto?
Quem somos nós quando essas pessoas são desconhecidas?
Quem somos nós quando essas pessoas são conhecidas?
Quem somos nós ao permitirmos que os outros nos conheçam a partir daquele ponto?
Quem somos nós ao permitirmos que os outro só saibam aquilo que achamos que será convincente?
Quem somos nós sem todas as máscaras e fantasias que nos cobrem e nos levam para um mundo que, talvez, todos achem que existe mas que ele só foi realmente inventado por nós com a finalidade dos outros acharem que ele exista?
Quem somos nós ao questionar tanto o que outro vem fazendo, ou o por que do outro estar fazendo aquilo?
Quem somos nós que nos matamos aos poucos, nos entregando às dificuldades, e usando de qualquer meio para levar o nosso estado o mais depressivo possível?
Quem somos nós que queremos conhecer o outro em sua totalidade quando não conhecemos nem a nós mesmos?
Quem somos nós?
Quantos nós temos que desatar para entendermos quem somos nós?
Nós?
Eu + Tu + Ele?
Quem?

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terça-feira, 3 de novembro de 2015

MENININHA





Seu sorriso tão maroto, e seus passos tão seguros, me carregam pelo
escuro,  nessa dança me aventuro, em seus olhos me aprofundo, em
meus braços te seguro.
Menina, menininha, tão bonita e tão sozinha, é de todas a mais linda.
Menina, menininha, seja um pouco minha.
O seu corpo se esvazia, e a minha alma esquadrinha, o seu corpo
Menininha, não te deixo assim sozinha, nem na sorte e nem na
Morte. Menininha, menininha.

Suas mãos e meus olhares, na avenida e nos cartazes... Passo a
 passo andaremos, nos oásis e nos ermos
Menininha, menininha... seja minha, seja minha.
Seus all star, vem caminhando e suas pernas acompanhando... me
deixam  assim babando. Menininha, menininha. Suas curvas no cami-
nho, iluminam o céu vazio.
Acredito no amor...seu sorriso e sua cor, me desmancho com ardor...
Procuro me recompor, desse sonho tão intenso, em que vi uma menina.
Será sonho ou pesadelo imenso.

Não posso acordar, nesse sonho estrou propenso, a dormir o amor intenso.
E sonhar com seus gracejos, seus olhares e seus beijos... não aguento, não
Aguento, seu amor é o meu sustento.
És tão bela, és tão bela...do meu sono despertei, e a morte encontrei, pois
No sonho te deixei, tão sozinha, tão sozinha... Lá ficou minha menininha.
                                                                                                   
                                                                                                   Escrito por:

                                                                                                              Luana Dias
                                                                              

quarta-feira, 28 de outubro de 2015

A Dama e o Sol


Eram 06:00 horas da manhã, e ao primeiros raios de sol cruzavam a janela do seu quarto, ela abria  os olhos e esperava ver a luz... Era só o que ela esperava.

Todas as manhãs, até em dias chuvosos ela via o sol, e sempre acreditava que ele estava lá. Ele era grande, imponente e tão forte, tinham dias que ele aparecia na janela do seu quarto bem de leve, entrava pela cortina, passava pelo chão e chegava em seu rosto, aquilo era tão bom.

Quando vinha uma tempestade muito forte, ela sabia que o sol iria aparecer ninguém acreditava Mas ela confiava nisso, e sempre esperava por ele ... E ele sempre aparecia.

Era incrível como isso acontecia, pois, aquilo à confortava, saber que ainda havia luz, e que essa luz poderia guia-la, isso a deixava extasiada, com borboletas no estômago, era como se todo dia se preparasse para o casamento, sabendo que o noivo vai chegar.

De repente em um dia inesperado a chuva veio muito forte, mas ela sabia que o sol iria aparecer, sim! Ela sabia. Ela olhava pela janela, procurando luz, e a luz não aparecia, ela sabia que ele viria, mais cedo ou mais tarde mais ele viria, e ali ela ficou, esperando.

Passaram-se dias e a chuva persistia, e o sol não vinha, mas ela estava confiante Ele vai aparecer assim ela ficou, dias esperando, e o sol não apareceu.

Não havia mais luz, não havia mais sol, nem vida. Tudo ficou escuro, os dias eram iguais, pois não havia mais claridade para diferencia-los, ela sabia que esse dia havia de chegar, as pessoas a sua volta sempre à alertavam, dizendo, que precisava aceitar, que não podia ver o sol, que não podia ver a luz ... Que não podia ver nada, pois desde o acidente, os seus olhos se escuresseram, e já não havia mais cor e nem luz, e só agora ela havia se dado conta da sua cegueira, e assim aceitou não ver mais a luz, e nem o sol, era o que dizia para as pessoas, Estou conformada –  sim eu estou conformada!

Mas no fundo ela acreditava que a tempestade iria passar, e que o sol novamente iria brilhar, e ela estava esperando ... E assim ela decidiu aguardar pois sabia que o seu amor iria voltar.
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terça-feira, 27 de outubro de 2015

Sapeca


            De repente a vida vai ficando preto-e-branco, e as cores que aqui existiam, já não existem mais. De repente a vida vai ficando amarga, e a alegria que aqui existia, já não existe mais. Quem me dera poder voltar à minha infância e viver toda a minha lembrança, de voltar de novo a ser criança, de dar vida às minhas cores.
O que era sério antes, percebo que era brincadeira e, por incrível que pareça, é muito mais sério nos dias de hoje. Lembro-me de brincar na sombra do pé-de-erva com meus carrinhos, brincar que era dono de uma grande empresa e muito, mas muito rico, levava a sério a brincadeira, ou melhor, brincadeira não, era minha realidade. Hoje, a vida não é nada mais do que escura e sem graça, a alegria que outrora existiu raramente aparece no meio desta correria. Se antes era tão fácil ter uma empresa, rios de dinheiro e ser influente, hoje percebo que preferia ter ficado lá pelos meus 9 anos de idade, onde a vida era verde e tinha o doce gosto de mimosa.
Ah... quem me dera voltar ao que eu era na totalidade da fórmula, sem compromisso, ou melhor, com uma reunião da minha multinacional de vez em quando, sem cansaço, afinal podia descansar quando eu quisesse na minha casa na beira do mar numa ilha só minha.
Percebo que crescer dói, cansa, exige. De tanta dor, cansaço e exigências que ser adulto cobra, acabo por perder a cor da vida, a alegria da vida, a vida da vida. Esqueço que um dia fui criança, mas que ainda posso manter essa criança viva, feliz, colorida dentro de mim, tornando minha vida mais cheia de amor para que eu possa viver com intensidade.
Ah... como dói crescer, mas como é prazeroso me por a prova de tudo ao levantar da cama e por o pé no chão, largar a velha mania de infância e correr atrás desses sonhos de verdade, mostrar para mim mesmo que sou capaz, que posso sempre mais e mais me superar. Como é bom acordar e ser a alegria que contagia meu caminho, a alegria que me impulsiona a me desafiar. Como é bom passar o dia e ser a vida que minha vida precisa para viver, ser capaz de por em prática os sonhos da minha alegria. Como é bom ir me deitar e ver que mesmo na escuridão da noite eu, e somente eu, tenho a opção de deixar meu dia colorido e mantê-lo assim mesmo depois de um dia cansativo, de um dia em que a alegria me impulsionou a viver, mas, que minha vida não deu conta de realizar. Deixa pra lá, o amanhã já está aí para eu por em prática tudo de novo neste ciclo sem fim.
Minha vida se conformou, então, que já não posso ser criança, mas que posso deixar viver o sapeca que existe hoje dentro de mim, um sapeca que já foi livre para correr e, hoje fica prisioneiro de seu próprio eu adulto que precisa viver.
É sapeca, creio que tá na hora de você aprender a controlar suas brincadeiras, só te peço uma coisa, não cresce com esse malandro não, ele precisa de você mais do que você dele.
Ah... quem me dera ser criança...
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segunda-feira, 26 de outubro de 2015

Autores da Vida



“Para esculpir a nossa vida, a cada toque do formão em nossa superfície, há necessidade de dor acompanhada de lágrimas.”
(Tiago M. Szczepanski)
           

Muitas vezes, durante os anos da vida, a dor acaba por fazer visitas. Vem daquele jeito maroto trazendo o baixo-astral, deixando o indivíduo num estado de “skip” dos controles remotos, a vida passa, mas não se consegue ver e nem entender. É muito fácil culpar a dor por causar desordens na vida em todos os âmbitos, mas será que alguém já se perguntou de onde vem essa dor? Muitas vezes a culpa pela dor não se encontra em algo ou alguém, mas está mais perto, dentro de nós mesmos, somos na maioria das vezes donos de nossas próprias dores, nossos sofrimentos e, sem perceber, sozinhos vamos colocando nossas vidas pra baixo, deixando-as sem graça, sem vida. Qual será o problema do ser humano? Talvez o problema do ser humano seja a necessidade de se sentir atingido pelas coisas, ter alguém para servir de vilão na história. Talvez o problema do ser humano seja a falta de coragem de enfrentar as suas dores e reconhecê-las como suas criaturas. Ou, talvez o problema do ser humano seja a acomodação, afinal, já está tão acostumado em achar um culpado que este se faz necessário. Acabou que, por meio desta acomodação, o ser humano cegou sua mente para que não haja a percepção de que existe uma automutilação, para que o próprio eu não se saia culpado. Vejo que já é hora de o mundo abrir os olhos da mente, hora de ver que a dor pode estar sendo criada com fins de autodestruição num truque escondido de nosso ser, hora de ver que somos responsáveis pela vida que temos e podemos controlar nossos medos, ansiedade... dores. As pessoas precisam se sentir donas de si mesma, filósofos desta imensa complexidade que somos, culpados pelas coisas que nos acontece pois, Skinner já nos dizia que todo estímulo gera uma resposta e, para cada resposta pode haver uma consequência, ou seja, muitas vezes o que fazemos acaba gerando consequências punitivas e não nos damos conta que isto só está acontecendo por que desencadeamos essa onda através de um comportamento. Sejamos, pois, espectadores de nossa história, e assim como quando assistimos a um filme, notamos os vilões da trama, deixemo-nos notar o vilão que muitas vezes somos em nossas vidas para que, assumindo a culpa, possamos controlar as dores que causamos.

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sexta-feira, 16 de outubro de 2015

NÃO SEI DIZER NÃO SEI!



Em tantas reflexões, uma em específico me atraiu de forma especial, onde percebi que somos muito difíceis em admitir que não sabemos algo, e ao invés de dizer um simples “não sei” preferimos inventar contos e mitos para nos justificarmos perante algo que não sabemos, ai percebi que vai muito além dizer o tal não sei. Dizemos essa frase a todo momento, quando nos perguntam durante um encontro entre amigos, “quando?” o “não sei” sai com facilidade, já quando somos questionados o porque que escolhemos fazer algo novo, ou seja, um questionamento direto e pessoal, dizemos talvez que tenha sido o destino, ou Deus, ou o acaso, ou seja lá o que for mais útil para o momento.
Ao invés de simplesmente falarmos não sei, ai fiquei pensando, não falamos porque seria doloroso admitirmos, ou constrangedor pensar que o outro que nos questiona fará a sua análise, quem sabe até nos julgando como não sabedores.
E percebi durante a fala de uma inspiradora professora, que independente do que o outro pense se formos honestos com nós mesmos, não nos sentiremos constrangidos ou inferiorizados com o nosso “não sei”, e a partir daquele momento tomei a decisão de que quando eu não souber como responder algo, eu simplesmente direi não sei, pois o comentário daquela professora foi depois de uma aula de apresentações onde ela perguntou o por que da escolha do curso, e muitos ficaram meio sem palavras, outros já contaram suas historias e eu simplesmente contei algo que achei que faria sentido, e quando ela trouxe esse primeiro momento eu senti como se a fala dela fosse direta a mim, e decidi a partir daquele exato (e segundo) momento quando eu não saber o que falar, eu direi não sei. Mas, depois dessa decisão eu questionei a mim mesma o por que da historia que eu contei, com implementações que nem eram verdadeiras, será que seria pra impressionar, ou quem sabe pra mostrar que eu realmente queria acreditar naquilo, do que apenas aceitar que eu realmente não sabia o por que eu tinha escolhido fazer aquele curso, afinal nunca na minha cabeça passou a minha escolha como alternativa...
Então pergunto várias vezes as pessoas procuram realmente passar seu conhecimento por (com)partilhar, ou sempre farão a tentativa de impressionar, dizendo sim eu sou capaz de responder isso, mesmo que eu não saiba, eu tenho capacidade de inventar algo que seja convincente!

p.s.: escrevi há algumas semanas esse texto, e hoje enquanto lia para poder postar percebi, que mesmo tendo sido tão enfática e determinada em dizer não sei quando eu realmente não soubesse algo, eu percebi que não fui e não venho sendo honesta comigo mesmo, eu ainda não disse que não sabia enquanto estava de frente ao que me era desconhecido. Pensando bem quem saiba eu deva assumir, que eu não sei dizer que não sei!

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sábado, 3 de outubro de 2015

ISSO É AMOR!




Sempre quando ela acordava ela pensava nele,imaginava ele, e até esperava por ele.Ele era pequeno e tinha um sorriso incrível,seus olhos eram azuis e seu nariz era pequeno.

Ela não sabia o porque, mas sempre que saía de casa ela o encontrava,e esses encontros tornaram-se rotineiros.
Ele à achava estranha, com aquela cabeleira toda, e aquele aparelho nos dentes, ela era uma branquela de pernas compridas, assim que ele a descrevia. Ele não entendia o porque dela sempre o ficar encarando com aqueles grandes olhos castanhos e nem o porque de sempre se encontrarem, seria o destino? Assim ele pensava.
Ela era paz e calmaria,ele era guerra e tempestade, ele era frio e ela era calor, ele era sonho e ela era amor.
E no meio de tantos encontros e desencontros ele sorriu, e ela sorriu, então algo os uniu.
Ele colocou uma mão na boca e outra no peito, não compreendia porque sua boca queria sorrir e seu coração queria sair.
Ela riu da reação dele, e também estranhou sua própria reação, era estranho.
Ele caminhou até ela, e ela o esperou se aproximar, ele a olhou nos olhos e disse:
- O que é isso?
E ela respondeu
-Eu não sei, mas mamãe disse que isso é amor!
Então eles se olharam, e juntos disseram:
Amor?
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sexta-feira, 2 de outubro de 2015

VERDADES

            Nossas vidas estão cercadas de verdades, seja na família, na faculdade, no trabalho, enfim, não há como escapar das verdades que nos rodeiam. Existem aquelas verdades que nos machucam, as verdades que nos confortam, aquelas que nos matam, aquelas que nos dão vida nova, mas todas com algo em comum: são verdades.
            Há aquela verdade que vem como um cavalo a galope pelo deserto e ao chegar, depois de uma cansativa viagem por um caminho sem vida, ainda está sorridente por que traz a verdade em forma de uma flor cheia de alegrias. Ao mesmo instante em que estas existem, há aquelas que vêm por caminhos de jardins reais, coloridos, cheios de vida, porém, ao chegar, nos trazem verdades cheias de dor, verdades de sofrimentos e tristezas.
            O que é a verdade? O oposto da mentira? Aquilo que é bom de ouvir? Aquilo que sustenta nossas vidas? Ou será a verdade aquilo que está destinada a nos matar?
            Seja boa ou ruim, ainda são verdades. Seja uma verdade mentirosa, ou uma mentira verdadeira, são verdades. Seja aquilo que traz luz ou traz escuridão, continuam sendo verdades. Às pessoas, cabe simplesmente a tarefa de dar força a essas verdades ou, deixa-las reclusas dentro de um poço de mentiras.

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quarta-feira, 30 de setembro de 2015

PALAVRAS

            Por onde quer que andemos, damos de caras com as palavras. Elas nos fazem comunicar, e dar nomes às coisas. O que seria de nós se as palavras não existissem? Meros animais soltos pelo mundo afinal, se somos humanos, é por que existe uma palavra que define o que somos e, de certa maneira, uma palavra que nos coloca numa posição “superior”, a de humanos.
            Pois bem, há uma palavra que nos dá uma posição privilegiada em relação a outros animais simplesmente por termos uma “consciência” das coisas. Será? Somos tão “superiores” que nos colocamos no direito de oprimir com “consciência” do que estamos fazendo. Somo tão “superiores” que achamos que podemos comandar o mundo ao nosso redor por que temos a “consciência” de saber o fazemos.
            O que será então “consciência”? Uma palavra que diz que sabemos as consequências dos nossos atos? Pois é, não sei. Só sei que palavras vêm e vão num ciclo sem fim, que palavras estão aí diariamente até mesmo no silêncio, afinal, se sabemos que estamos em silêncio é por que existe uma palavra que define isso. Mas, será que realmente temos consciência das palavras que dirigimos às pessoas que convivem ou pelo menos coexistem com a gente?
            Está aí outra coisa que não sei direito, mas pelo que observo não me parece ser verdade. É muito comum andar pelas ruas e ver palavras sendo ditas com frieza, mas com uma dita “consciência”. Palavras que trazem dor, mas com “consciência”. Mas o mais engraçado é que depois destas palavras ditas com “consciência”, vem um “lindo” sorriso dizendo que ser amigo.
            Palavras são mais fortes que armas de fogo, destroem, matam, doem. Palavras falsas ditas muitas vezes pode ser a gota d’água para um desastre. Palavras vêm e vão, todas elas com seu peso, umas mais leves que acariciam e, outras mais pesadas que nos pisoteiam. Seja como for, que bom que palavras existem, é através delas que sei separar os falsos dos verdadeiros.
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terça-feira, 22 de setembro de 2015

QUANTO TEMPO AINDA TEMOS ?




Com o passar dos dias a gente descobre que dias são horas, e que horas são minutos, e percebemos que esses minutos podem mudar nossas vidas, passamos a enxergar o mundo com outros olhos. Buscamos compreender o incompreendido, e passamos a lutar contra nós mesmos. Os olhos criam janelas, e às vezes tentamos fugir.

Os dias se tornam caóticos e já não há tanta luz no fim do túnel; os porquês  começam a ter voz, e o não sei passa a ser singular. E o passar dos dias nos ensinam que amar é perdoar, e que perdoar é despojar-se da dor.

Com o passar dos dias notamos que a vida é curta, e não sabemos se haverá amanhã, percebemos que a guerra também é interna, e que o que você planta você colhe, começamos a enxergar o próximo e ver que ele também tem fraquezas, descobrimos que os nossos heróis morreram e já não podem voltar, e outras vezes descobrimos que somos heróis de alguém.

Acordamos do sonho, e descobrimos que há uma realidade, e que essa realidade é fria, e que sonhar é melhor do que acordar, pois o que está lá fora nos assusta. Uma crise surge dentro de nós, e parece difícil lidar com ela.

Andamos pelas ruas e percebemos a miséria da dor, e nesse caminhar vemos sonhos perdidos e sorrisos apagados, encontramos jardins destruídos, e quadros caídos, vemos que há uma escolha... Uma direção, um caminho a ser trilhado. O tempo nos ensina que as doenças provêm das palavras não ditas, e que a morte nem sempre é física, vemos que a dor nem sempre é ruim, pois produz esperanças.

Com o passar dos dias nós descobrimos que a vida só pode ser vivida por uma vida, descobrimos que é necessário sair do lugar, mesmo que o que está lá fora seja assustador, é necessário lidar com o medo e entender que dias são apenas minutos, e que os minutos passam e quando vemos, o relógio parou, e então nada mais pode ser feito.
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segunda-feira, 21 de setembro de 2015

PRIMAVERA


            Eis que a Primavera vem chegando, trazendo suas flores e, mais que isso, sorriso em meus amores. Estação colorida, há outra igual que dê vida? Os jardins vão florescendo, a tristeza vai morrendo e no fim a alegria toma conta das pessoas. Árvores ressequidas dão lugar a flores altivas, com seus perfumes doces deixando uma sensação de que a vida renasce novamente entre tantas guerras no mundo.
            Ah... que saudades do passado. Jardins grandes, flores, árvores, vida! Saudades da época em que havia espaços para jogar uma manta ao chão e apreciar a estação mais bonita do ano sem precisar sair de casa. Saudades do tempo em que nos terrenos de cada um havia mais vida do que construções, mais vida que discórdia, mais vida que morte.
            Apesar dos pesares, é Primavera, é alegria, é amor. É hora de aproveitar a chance de mudar nossas vidas, ver que a estação nada mais é do que um convite para olhar pra trás e repensar tudo o que fizemos e fazer um propósito de mudar, de viver e deixar viver. Seja bem-vinda, Primavera! Que juntos com suas flores venham dias mais alegres, dias em que a paz possa bater o pé e peitar o ódio. Seja bem-vinda, estação dos amores.
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terça-feira, 15 de setembro de 2015

VOZES DO PENSAR







Eu poderia falar do sol, da terra e do ar, mas eu apenas vou limitar esta escrita ao pensar. 
Há um intenso barulho dentro da minha cabeça, as vozes lá dentro não se calam, e a cada dia interferem no meu falar, no meu andar e no meu vestir, no entanto isso está a me atrapalhar! Tem dias que não compreendo o porquê elas querem gritar, mas são coisas que não posso falar, pois imagine só, o que de mim vão pensar.  É tão intenso esse momento, em que as vozes em desalento, andam na contramão, pedindo libertação. Vou me limitar a expressar o que meu consciente quer falar, tenho medo de pronunciar o que as vozes querem gritar, seria um caos, até imagino como iriam me olhar, pois é melhor me resguardar do que o meu pensamento quer enunciar, eu não vou concordar e nem lucidar o que não lúcido está.
Esta manhã eu acordei e não senti meu corpo, e nesse acordar eu não senti o ar. Eu acordei, sim! Eu me levantei, e não senti o chão, caminhei, e não senti o andar, eu olhei, mas não havia olhar, eu comi, mas não tinha paladar, eu amei, mas não tinha o amar.
Eu me levantei nesta manhã, e que triste manhã estava a me acompanhar, embora tentasse, estava fraco até o respirar, e... Eu... Eu não entendo o porquê desse pesar, era para ser só mais um dia, só mais um levantar. Antes eu sentia tanta coisa, medo, dor, raiva, mas agora eu não sinto nada, nem de sentimentos e nem de vida, pareço, triste, cálida e caída.
Lembro-me do sol, da chuva e do vento, mas agora o que sinto está preso em meu peito. Eu queria... Queria muito caminhar na tenra parte do meu pensar, e simplesmente ignorar, o que está a me matar, mas eu não consigo, pois pensar é retratar, o que a dor tenta apagar.
Eu acordei esta manhã, e as vozes não queriam calar. E só hoje compreendi que essas vozes são meus pensamentos querendo falar, e agora percebi que novamente posso respirar, pois não são só vozes, sou eu querendo expressar o mais profundo,que meu pensamento quer gritar.  






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segunda-feira, 14 de setembro de 2015

O AMOR É MEU ?


Eu sempre tenho a convicção de que tudo é meu. Se tenho um amigo, ele é meu! Se tenho um lápis, ele é meu! Se tenho um instrumento, ele é meu!
E por que venho dizer isso? Pelo simples fato de que não consigo ver essas ‘coisas’, que são minhas, com os outros, me dá um aperto, um sentimento de perda, e é incrível como não consigo lidar com isso.
Se tenho um amor, por exemplo, e vejo esse amor conversar com outras pessoas ou curtir o que as outras pessoas fazem, eu fico feliz e ao mesmo tempo parece que isso me coloca no meu lugar de volta, que não quer dizer que é meu e de mais ninguém, só porque está comigo. Mas não é porque me deixa feliz que necessariamente me alegre, eu fico feliz mas meio ‘vazia’.
Se só está comigo, não é meu, logo nada tenho, e assim sinto que nada sou, ou melhor, que nada preciso ser, pois apenas serei quando eu estiver com alguma coisa.
Eu, não importa. Importa o que ou quem está comigo. Então volto a dizer: se tenho um amigo, ele é meu porque faz parte do meu ser naquele momento em que ele está comigo. Se tenho um instrumento, ele é meu porque faz despertar em mim a vontade de tocá-lo.

Ah! Mas se tenho um amor, parece que tenho tudo e não preciso de nada, e isso é bom e ruim, porque anulo o meu amigo, o meu instrumento e todas as outras coisas mais, mas aí quando vejo esse amor tendo um amigo, ou tendo um instrumento ou qualquer outra coisa, vejo que realmente não tenho nada, pois deixo tudo o que tenho de lado pra ser algo que talvez eu nem saiba o que é; Amor.
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