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quarta-feira, 30 de setembro de 2015

PALAVRAS

            Por onde quer que andemos, damos de caras com as palavras. Elas nos fazem comunicar, e dar nomes às coisas. O que seria de nós se as palavras não existissem? Meros animais soltos pelo mundo afinal, se somos humanos, é por que existe uma palavra que define o que somos e, de certa maneira, uma palavra que nos coloca numa posição “superior”, a de humanos.
            Pois bem, há uma palavra que nos dá uma posição privilegiada em relação a outros animais simplesmente por termos uma “consciência” das coisas. Será? Somos tão “superiores” que nos colocamos no direito de oprimir com “consciência” do que estamos fazendo. Somo tão “superiores” que achamos que podemos comandar o mundo ao nosso redor por que temos a “consciência” de saber o fazemos.
            O que será então “consciência”? Uma palavra que diz que sabemos as consequências dos nossos atos? Pois é, não sei. Só sei que palavras vêm e vão num ciclo sem fim, que palavras estão aí diariamente até mesmo no silêncio, afinal, se sabemos que estamos em silêncio é por que existe uma palavra que define isso. Mas, será que realmente temos consciência das palavras que dirigimos às pessoas que convivem ou pelo menos coexistem com a gente?
            Está aí outra coisa que não sei direito, mas pelo que observo não me parece ser verdade. É muito comum andar pelas ruas e ver palavras sendo ditas com frieza, mas com uma dita “consciência”. Palavras que trazem dor, mas com “consciência”. Mas o mais engraçado é que depois destas palavras ditas com “consciência”, vem um “lindo” sorriso dizendo que ser amigo.
            Palavras são mais fortes que armas de fogo, destroem, matam, doem. Palavras falsas ditas muitas vezes pode ser a gota d’água para um desastre. Palavras vêm e vão, todas elas com seu peso, umas mais leves que acariciam e, outras mais pesadas que nos pisoteiam. Seja como for, que bom que palavras existem, é através delas que sei separar os falsos dos verdadeiros.
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terça-feira, 22 de setembro de 2015

QUANTO TEMPO AINDA TEMOS ?




Com o passar dos dias a gente descobre que dias são horas, e que horas são minutos, e percebemos que esses minutos podem mudar nossas vidas, passamos a enxergar o mundo com outros olhos. Buscamos compreender o incompreendido, e passamos a lutar contra nós mesmos. Os olhos criam janelas, e às vezes tentamos fugir.

Os dias se tornam caóticos e já não há tanta luz no fim do túnel; os porquês  começam a ter voz, e o não sei passa a ser singular. E o passar dos dias nos ensinam que amar é perdoar, e que perdoar é despojar-se da dor.

Com o passar dos dias notamos que a vida é curta, e não sabemos se haverá amanhã, percebemos que a guerra também é interna, e que o que você planta você colhe, começamos a enxergar o próximo e ver que ele também tem fraquezas, descobrimos que os nossos heróis morreram e já não podem voltar, e outras vezes descobrimos que somos heróis de alguém.

Acordamos do sonho, e descobrimos que há uma realidade, e que essa realidade é fria, e que sonhar é melhor do que acordar, pois o que está lá fora nos assusta. Uma crise surge dentro de nós, e parece difícil lidar com ela.

Andamos pelas ruas e percebemos a miséria da dor, e nesse caminhar vemos sonhos perdidos e sorrisos apagados, encontramos jardins destruídos, e quadros caídos, vemos que há uma escolha... Uma direção, um caminho a ser trilhado. O tempo nos ensina que as doenças provêm das palavras não ditas, e que a morte nem sempre é física, vemos que a dor nem sempre é ruim, pois produz esperanças.

Com o passar dos dias nós descobrimos que a vida só pode ser vivida por uma vida, descobrimos que é necessário sair do lugar, mesmo que o que está lá fora seja assustador, é necessário lidar com o medo e entender que dias são apenas minutos, e que os minutos passam e quando vemos, o relógio parou, e então nada mais pode ser feito.
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segunda-feira, 21 de setembro de 2015

PRIMAVERA


            Eis que a Primavera vem chegando, trazendo suas flores e, mais que isso, sorriso em meus amores. Estação colorida, há outra igual que dê vida? Os jardins vão florescendo, a tristeza vai morrendo e no fim a alegria toma conta das pessoas. Árvores ressequidas dão lugar a flores altivas, com seus perfumes doces deixando uma sensação de que a vida renasce novamente entre tantas guerras no mundo.
            Ah... que saudades do passado. Jardins grandes, flores, árvores, vida! Saudades da época em que havia espaços para jogar uma manta ao chão e apreciar a estação mais bonita do ano sem precisar sair de casa. Saudades do tempo em que nos terrenos de cada um havia mais vida do que construções, mais vida que discórdia, mais vida que morte.
            Apesar dos pesares, é Primavera, é alegria, é amor. É hora de aproveitar a chance de mudar nossas vidas, ver que a estação nada mais é do que um convite para olhar pra trás e repensar tudo o que fizemos e fazer um propósito de mudar, de viver e deixar viver. Seja bem-vinda, Primavera! Que juntos com suas flores venham dias mais alegres, dias em que a paz possa bater o pé e peitar o ódio. Seja bem-vinda, estação dos amores.
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terça-feira, 15 de setembro de 2015

VOZES DO PENSAR







Eu poderia falar do sol, da terra e do ar, mas eu apenas vou limitar esta escrita ao pensar. 
Há um intenso barulho dentro da minha cabeça, as vozes lá dentro não se calam, e a cada dia interferem no meu falar, no meu andar e no meu vestir, no entanto isso está a me atrapalhar! Tem dias que não compreendo o porquê elas querem gritar, mas são coisas que não posso falar, pois imagine só, o que de mim vão pensar.  É tão intenso esse momento, em que as vozes em desalento, andam na contramão, pedindo libertação. Vou me limitar a expressar o que meu consciente quer falar, tenho medo de pronunciar o que as vozes querem gritar, seria um caos, até imagino como iriam me olhar, pois é melhor me resguardar do que o meu pensamento quer enunciar, eu não vou concordar e nem lucidar o que não lúcido está.
Esta manhã eu acordei e não senti meu corpo, e nesse acordar eu não senti o ar. Eu acordei, sim! Eu me levantei, e não senti o chão, caminhei, e não senti o andar, eu olhei, mas não havia olhar, eu comi, mas não tinha paladar, eu amei, mas não tinha o amar.
Eu me levantei nesta manhã, e que triste manhã estava a me acompanhar, embora tentasse, estava fraco até o respirar, e... Eu... Eu não entendo o porquê desse pesar, era para ser só mais um dia, só mais um levantar. Antes eu sentia tanta coisa, medo, dor, raiva, mas agora eu não sinto nada, nem de sentimentos e nem de vida, pareço, triste, cálida e caída.
Lembro-me do sol, da chuva e do vento, mas agora o que sinto está preso em meu peito. Eu queria... Queria muito caminhar na tenra parte do meu pensar, e simplesmente ignorar, o que está a me matar, mas eu não consigo, pois pensar é retratar, o que a dor tenta apagar.
Eu acordei esta manhã, e as vozes não queriam calar. E só hoje compreendi que essas vozes são meus pensamentos querendo falar, e agora percebi que novamente posso respirar, pois não são só vozes, sou eu querendo expressar o mais profundo,que meu pensamento quer gritar.  






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segunda-feira, 14 de setembro de 2015

O AMOR É MEU ?


Eu sempre tenho a convicção de que tudo é meu. Se tenho um amigo, ele é meu! Se tenho um lápis, ele é meu! Se tenho um instrumento, ele é meu!
E por que venho dizer isso? Pelo simples fato de que não consigo ver essas ‘coisas’, que são minhas, com os outros, me dá um aperto, um sentimento de perda, e é incrível como não consigo lidar com isso.
Se tenho um amor, por exemplo, e vejo esse amor conversar com outras pessoas ou curtir o que as outras pessoas fazem, eu fico feliz e ao mesmo tempo parece que isso me coloca no meu lugar de volta, que não quer dizer que é meu e de mais ninguém, só porque está comigo. Mas não é porque me deixa feliz que necessariamente me alegre, eu fico feliz mas meio ‘vazia’.
Se só está comigo, não é meu, logo nada tenho, e assim sinto que nada sou, ou melhor, que nada preciso ser, pois apenas serei quando eu estiver com alguma coisa.
Eu, não importa. Importa o que ou quem está comigo. Então volto a dizer: se tenho um amigo, ele é meu porque faz parte do meu ser naquele momento em que ele está comigo. Se tenho um instrumento, ele é meu porque faz despertar em mim a vontade de tocá-lo.

Ah! Mas se tenho um amor, parece que tenho tudo e não preciso de nada, e isso é bom e ruim, porque anulo o meu amigo, o meu instrumento e todas as outras coisas mais, mas aí quando vejo esse amor tendo um amigo, ou tendo um instrumento ou qualquer outra coisa, vejo que realmente não tenho nada, pois deixo tudo o que tenho de lado pra ser algo que talvez eu nem saiba o que é; Amor.
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domingo, 13 de setembro de 2015

ANABELE



Já era segunda-feira à tarde e o sol reluzia em toda a cidade. O movimento estava fraco nas ruas e eu gostava de andar com meus patins quatro rodas por todo o bairro. E isso já era rotineiro, mas essa tarde foi diferente. Ainda ouço as sirenes, os gritos e o caos.

14h30min.

Estava prestes a sair de casa quando mamãe falou:

– Anabele, aonde você vai com tanta pressa?

Respirei fundo e me voltei para mamãe com um sorriso, pois ela já sabia a resposta, apenas olhei em seus olhos.

Ela disse:

– Mas de novo, Ana, essa história de patins, você não se cansa disso?

Todas as tardes, desde que entrei para a escola, meus patins eram minha companhia. Eu saía sem rumo pelas ruas do bairro, corria o máximo que podia e adorava a sensação do vento em meu rosto. A sensação de liberdade me domina toda vez que coloco meus patins quatro rodas.

– Mãe, eu sempre faço isso, e essa é a primeira vez que você me questiona em tanto tempo.

Enquanto falava com mamãe, podia observar um ar de preocupação no olhar dela, como se estivesse perdida em seus pensamentos, como se estivesse tendo uma premonição de que algo fosse acontecer. Mamãe sempre fora serena e despreocupada, porém agora mantinha um semblante de dor e medo.

Então ela sentou-se rapidamente em sua cadeira de balanço e disse:

– Você está certa, Ana, já faz tanto tempo que você faz isso, já devia estar acostumada.

Algo em seu olhar me dizia que alguma coisa estava errada, mas não conseguia identificar o que era. Posso entender a preocupação de mamãe, afinal esse último ano a cidade estava marcada pela violência e pela desordem social.

Como o céu estava azul, e o dia estava tão quente que o calor penetrava minha pele. Ah! Eu adorava o verão.

Meus patins estavam velhos e a tinta saía das rodas, de tanto que andava pelas ruas descuidadas do bairro.

****

O dia parecia perfeito, e em paz. Durante o percurso avistei Luciana, uma colega da escola; ela era esquisita, sempre andava de cabeça baixa, olhando para seus pés, e sempre com aquela trança na lateral de seu cabelo. Estudávamos juntas, mas nunca havíamos trocado uma palavra, ela era quieta, assustadoramente quieta. Onde será que ela vai? Nunca tinha avistado ela naquela rua. Estava sem seus cadernos, apenas com uma sacola nas mãos, fiquei curiosa e resolvi segui-la e ver aonde ela ia, afinal, não estava fazendo nada de errado.

Luciana saiu da rua e entrou em um lugar deserto, como se fosse pra mata, era um lugar fétido e embarreado. Precisei tirar meus patins. Agora estava descalço, não sei mais se devia seguir Luciana, aquele lugar estava começando a me assustar. Vi que Luciana olhou para trás, então precisei me esconder. Ela parecia assustada. No entanto, quando voltei a segui-la, ouvi uma voz e quase urinei, um calafrio me percorreu dos pés à cabeça, escondi-me atrás de uma árvore e vi Luciana se aproximar de um senhor, um homem feio, velho, que olhava para ela de um jeito estranho. Quem será que era aquele homem? Seria o pai de Luciana, seu avô? Não sei, mas aquilo era assustador, afinal de contas não era todo dia que víamos Luciana conversando com as pessoas. Enquanto observava, o homem se aproximou de Luciana, ele a pegou pelo braço e a puxou para dentro da mata, naquele momento eu quis gritar, mas não podia, não conseguia, paralisei e só me dei conta depois que ouvi um grito de Luciana. Apressei-me e fui ao seu encalço, e logo me deparei com uma cena que me arrepiou dos pés à cabeça.

O sol estava indo embora e começava a ventar; eu olhei aquele homem, e ele estava encima da Luciana, minha reação me assustou mais do que a ação propriamente dita.

Eu gritei:

– Solta! Solta ela! – Assim que gritei, ele levantou-se e me olhou nos olhos, deu um sorriso amarelo e veio em minha direção.

– Pare! Pare onde está! Eu segui a Luciana até aqui e já chamei a polícia.

Mas algo estava errado, pois Luciana estava no chão olhando para baixo como se não quisesse ver a situação, eu dava passos para trás e o homem cada vez chegava mais perto, não sabia o que fazer, já estava ficando encurralada; foi quando vi que Luciana levantou, então eu gritei:

– Foge, Luciana, foge!

Estava eu vendo coisas, não, não podia ser verdade, enquanto eu ofegava devido ao medo, esperava pela fuga de Luciana, no entanto ela ergueu os olhos. Ah! Aqueles olhos pareciam tochas de fogo, e os seus lábios se curvaram em um sorriso largo. Mas o que estava acontecendo? Por que Luciana estava sorrindo?

****

Eu já tive medo de muita coisa, de muita coisa mesmo, mas o olhar de Luciana me apavorou de um jeito diferente, era como se o seus olhos destilassem sangue, era como se não fosse humano. Agora era o meu fim, eu senti as mãos daquele homem sobre mim e me debatia a cada toque, eu queria chorar, mas não podia, precisava sair daquele lugar. Sim, eu precisava.

– Pobre, Anabele, o que você está fazendo aqui? Mas acho que a pergunta que você deve estar fazendo é o que eu, a pobre Luciana, estou fazendo aqui? Vamos, Ana, me responda o que você acha.

– Luciana, eu... Eu achei que você estava correndo perigo e pensei em te ajudar, mas eu não... Não sabia.

Aquilo era estranho, da onde veio aquela Luciana, quem ela era e o que estava acontecendo?Enquanto matutava em meus pensamentos, tremi ao ver na mão daquele homem uma arma, sim uma arma, ele me agarrou pelos cabelos e se aproximou do meu rosto, eu podia sentir o seu hálito podre. Preciso fazer algo, preciso sair dessa, só tenho uma chance e não posso desperdiçar.

– Não me toque! – gritava desesperada.

Enquanto ele me agarrava, eu lutava, porém ele era mais forte do que eu, mas tinha algo, sim meus patins, eles estavam envoltos em minha cintura e, embora estivessem velhos, ambos tinham certo peso. Puxei-os e acertei o homem direto na cabeça, ele caiu e começou a gritar, então o acertei de novo, e ele se levantou e apontou sua arma para mim, comecei a lutar com ele, e foi aí que tudo aconteceu.

Um som se ouviu na mata, um disparo para ser precisa, e esse acertou quem estava de fora da luta. Eu vi Luciana cair no chão, e tanto eu quanto aquele homem a observávamos desfalecer em uma queda brusca. Quando me dei conta a arma estava em minhas mãos e eu só tinha uma saída, era eu ou era ele. E assim aquele homem me olhou nos olhos e novamente deu um sorriso amarelo, um sorriso enigmático. Eu o olhei e também sorri. Fez-se silêncio, e outro disparo pode-se ouvir.

Eu havia matado aquele homem, mas o que me preocupava era o seu sorriso, me aproximei dele e avistei Luciana um pouco mais adiante, estirada no chão, porém um som quase inaudível veio de seus lábios, ela dizia:

– Pai, papai! Não morre, papai.

O que ela estava dizendo? Não era possível, pai e filha... Não podia ser, precisava pensar o que iria fazer. Luciana precisava de um médico, estava ferida e seu pai morto, o que eu poderia fazer?

Já estava escuro e eu sempre gostei da noite, para alguns ela é perturbadora, mas para mim ela é libertadora.

****

Pobre Luciana, morta pelo próprio pai. E que sorte desse homem, não conseguiu lidar com a dor e então tirou a própria vida. E que peça a vida me pregou, imagine só, presenciar tudo isso sem poder fazer nada. Agora o que me resta é o silêncio, a dor e a tristeza.

Aqui estou eu mais uma vez andando com os meus velhos patins. O dia hoje está tão claro, como naquele dia em que encontrei Luciana, porém o ar está mais limpo, e a brisa está mais forte. Pobre Luciana, não imaginava quão querida era. Triste encontro teve com a morte.

Ainda ouço as sirenes da ambulância e o desespero dos paramédicos, a tragédia do pai que matou a filha e depois deu fim à própria vida. Mas o que dizer da violência que está crescente no bairro?

Mamãe sempre se preocupa comigo, mas eu sempre espero o cair da noite, para poder me libertar, pois nada mais me aprisiona. É sempre mais um dia depois da aula, pois desde que ganhei os meus patins, sinto a liberdade fluir pelos meus poros, e percorrer todo o meu organismo. Não tenho mais medo, pois agora estou livre.

FIM


sexta-feira, 11 de setembro de 2015

Eu Não Consigo Me Encontrar


Esses dias eu estava em casa, na sala, sentada no sofá, e não conseguia me encontrar. Me perdi em pensamentos, eles eram tantos que naquele momento eu não estava em lugar algum. Custei a me localizar, mas incrivelmente, não me encontrei. Foi ai que me perguntei, onde foi que eu errei?
Por que eu me perguntei isso? Ah, é simples porque eu sempre me perco, tanto fora quanto dentro de mim. Na maioria das vezes me perco mais dentro de mim do que fora. E essa coisa de se perder é muito difícil, pois não tenho ninguém que pode me ajudar, sempre eu mesma tenho que me virar.
As pessoas sempre me dizem “nossa como você ta avoada” ao invés de simplesmente sacar “hoje você se perdeu dentro de si, mas fica calma que eu aqui –de fora –, posso te encontrar”.
Parece que não se perdem dentro de si. Acho até que as pessoas entendem que sou muito ocupada, afinal eu demoro a responder as correspondências, o que elas não devem saber é que me ocupo com meus pensamentos. Mas paciência quando erramos, erramos! E quem sabe se, pudéssemos não escolheríamos errar.
"Mas então você está dizendo que pensar é um erro?”. Não, pensar não é um erro, é até mesmo um acerto, eu só acho que se perder em pensamento é um erro. Pois quando eu me perco em algum lugar, é porque eu erro o caminho que eu deveria fazer, ou também quando eu não sei o que fazer me sinto perdida, e assim mesmo, faço qualquer coisa que se torna, de vez em quando, errante.
Por isso, acredito que errar, é pensar demais no que fazer, mas fazer sem pensar também é um erro. Mas também posso dizer que ainda não encontrei a fórmula da medida certa. Afinal, onde eu estou mesmo?

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quinta-feira, 10 de setembro de 2015

SUICÍDIO UM GRITO DE SOCORRO: 10/09 DIA MUNDIAL DA PREVENÇÃO AO SUICÍDIO



O meu silêncio gritou, e você não escutou,
você até zombou, me criticou e me humilhou
Em silêncio novamente estou, pois você não atentou,
ao sorriso que há muito se apagou, e ao medo que me dissipou

Com palavras não consigo me expressar,
Não me julgue é a dor que veio me atrapalhar
Grito por socorro, mas ninguém pode escutar
Com gemidos súplico, para alguém me auxiliar

Eu tenho tentado lutar, mas só vejo lágrimas no meu olhar
Não vejo ninguém para me ajudar, só fazem chacota
com o meu pensar
Acho só estou a atrapalhar...
mas o dia vai chegar
E a noite vai passar, e então eu vou me deitar
E ali eu vou ficar

Então quando o sol escurecer e a lua não brilhar,
Não se assuste é o sono que veio me acompanhar
Eu até queria te falar, que não queria me matar
Mas você não podia me olhar, e agora tudo findado está.                                      
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Ordem e Progresso ?



Mudando um pouco de assunto,
Para onde estão carregando o nosso país? Não quero falar em um caso ou uma pessoa em específico. Quero falar do agora e do próximo passo, afinal o que foi feito, foi feito!
Ouvi no jornal ainda ha pouco, que pro país sair do "vermelho" poderá haver cortes nos programas sociais. Ouvi também que há projetos (para que a economia avance), mas que ainda estão sendo planejados e pensados, então o mais correto a se dizer é que ainda não há projetos.
Ouvi também que precisarão, talvez, ser cortados direitos de trabalhadores, como alguns auxílios doença e ter uma idade mínima para poder se aposentar.
Mas antes disso tudo acontecer, devemos lembrar que estávamos em progresso (lento, mas que existia), mas em compensação não existia ordem. Hoje, que caminhamos em direção a ordem, a situação de progresso está invertida, quem sabe até ano que vem estaremos trabalhando para um retrocesso.
E de que adiantou tanto esforço? Para vermos tudo o que foi conquistado escorre pelos vãos dos dedos?
E então o que devemos fazer?
Vejo alguns se abster da posição de não votante naquele que se elegeu (digo até que já compartilhei algo do tipo "a culpa não é minha, não votei em fulano"), tem alguns que idealizam tudo e não fazem nada, tem até mesmo os que nem se quer idealizam.
Acho que independente de personagem ou partido político, devemos defender o todo que está sendo prejudicado, que somos nós e o nosso país. E para isso não devemos nos contra posicionar, mas sim nos aliar a quem é de poder, isso mesmo. Não digo para nos filiarmos a tal partido e levantarmos sua bandeira, não, nada disso. Digo para estendermos a nossa mão e dizer "estamos juntos nessa, você foi a eleita a me representar, então o que precisamos fazer para que seus planos e propostas se solidifiquem senhora Presidenta?"
Devemos sair da posição de submissão, porque se não o que é "Minha Casa, Minha Vida" não será mais, o que é "Prouni / Fies" não será mais. Aposentadoria e/ou auxílio doença, não existirá mais, ou quem sabe ate possam existir, mas só quando estivermos à beira da morte.

Então deixo a seguinte pergunta: Como e o que devemos fazer: deixar o nosso país morrer ou deixar que nosso país (político) nos mate?

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Quem Sou Eu?


Até onde tenho a capacidade de dizer quem sou “eu”? Será “eu” o que sou, será “eu” quem penso ser, ou será “eu” o que pensam ser o que sou “eu”?
Vivo num mundo sem rotas, num mundo maluco, o qual chamo de “vida”. Rumo perdido sem saber o início e onde será o meu fim, se é que já não findei. Só sei que nada sei.
Penso ser algo que sou e para mim o sou a partir do momento que penso que sou. Porém, o que sou para mim não o sou para você e da mesma maneira não sou para ele. E dentre tantos pronomes, tantas possibilidades, chego à conclusão de que “eu” não sou, mas de que “eu” somos. Nada sou que uma infinidade de “eus” vagando na mente de uma infinidade de pessoas livres para pensar o que quiser sobre “eu”. Seja bom ou ruim, sou “eu”, sendo alto, gordo, magro, feliz, brabo, metido ou simplesmente nada, sou “eu”.
Sou aquele que vaga sem saber quem sou, por que descobri que o que sou para mim, posso não ser para o outro. Descobri que posso ser quem eu quiser, mas que ao mesmo tempo serei quem não quero ser, pois, alguém vai dizer que sou.
Mas no fim, quem sou “eu”? Será “eu” o que sou, será “eu” quem penso ser, ou será “eu” o que pensam ser o que sou “eu”?

Não posso escolher quem sou “eu”, mas posso escolher a qual “eu” vou dedicar atenção. Portanto eu escolho ser o “eu” que eu penso que sou “eu”.
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terça-feira, 8 de setembro de 2015

A GUERRA



A guerra me faz pensar!
A guerra me faz refletir
A guerra me faz questionar, se a paz pode existir
A guerra me faz sonhar,com o amanhã que pode não chegar
A guerra me faz chorar, por aqueles que estão a sangrar

A guerra me faz viver com mazelas que preciso entender
A guerra me faz cair, no abismo que preciso destruir
A guerra me faz tecer, esperanças que ainda posso ter
A guerra me faz pensar,nas crianças que não podem brincar
A guerra me faz odiar,a impotência que se torna o amar

A guerra vem como vendaval,destruindo o bem e fortalecendo o mal
A guerra está presente,nos corpos de milhares de ausentes
A guerra traz a dor, e expande o terror
A guerra sopra como o vento, destruindo o sorriso desatento

A guerra mata inocentes,transformando reis em serpentes
A guerra sorriu no horizonte, e havia corpos debaixo da ponte
A guerra ocupou corações e agora trouxe destruições
A guerra veio me desarmar, ao longe avisto um corpo devolvido pelo mar
Um corpo que não pude salvar
Mas ainda ha milhares a peregrinar...
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segunda-feira, 7 de setembro de 2015

À Procura da Felicidade ?


À Procura da Felicidade?

            Chamo de felicidade tudo aquilo que está por vir, que almejo conquistar, e só tenho o contrário disso quando não consigo conquistar ou descubro que não era pra eu ter buscado “aquilo”.
            O contrário de felicidade eu ainda não sei o que é, não por que sempre me encontro com a felicidade, não mesmo! Ainda não sei o que é porque não sei como nomear, alguns chamam de tristeza, aflição, de não era pra ser, “tô na luta” entre outras tantas denominações.
            Tem gente que mesmo depois de alcançar o que tanto buscava, sente que ainda precisa de mais e, às vezes, sentem-se frustrados. Eu pra parar de dar margem à frustração, preferi chamar de “à procura da felicidade”, sim, pois assim sigo o melhor conselho que alguém já pode me dar, o importante da vida é ser feliz.
            Estar à procura da felicidade, é estar sempre buscando se conhecer melhor, é ir atrás do que me faz bem, e não ignorar o que não me faz bem, mas tentar adaptar-me pra que essas coisas para que não me limitem.
            Estou sempre à procura da minha felicidade, mesmo com minhas limitações impostas por mim ou pelo outros. E quem quiser pode vir comigo! Amo boas companhias!       


Escrito por Monyca Thayse

sexta-feira, 4 de setembro de 2015

ROTINA X SENTIDO DA VIDA


Todos os dias, levanto e tenho uma espécie de ritual a ser seguido, normal, nada mal para um metódico e neurótico obsessivo. Levantar, afinal, não significa acordar! Até aí ok. Mas após isso começa o meu dia em si, e é uma rotina que não acaba nunca. Você pode estar pensando: “Ah! Que cara nojento, todo ocupadinho.”, mas não, realmente você também deve ter sua rotina e não se dá conta afinal, já é tão rotineiro que encara isso como “normal”. Se você me perguntar no domingo o que vou fazer na semana, você acabará se estressando, não vou parar de falar tão cedo.
            Daí você pode estar perguntando: “Tá. só isso?”.
            O que acontece, é que todos nós temos nossas rotinas, e ai de quem ousa em sair desta. Muitas vezes nós nos entregamos de tal forma a uma rotina que nem reparamos que ela nos domina de uma maneira tão possessiva, que acaba por nos cegar e esquecer o “verdadeiro sentido da vida”.
            Sentido da vida? Isso é relativo. Cada um trilha sua vida pelo caminho que bem entende. Mas a tal da rotina, na maioria das vezes, faz-nos esquecer o que realmente esperamos do futuro, o que planejamos e, quando lembramos do nosso objetivo dizemos: “Relaxa, um dia a correria vai acabar e eu vou fazer isso”.

            Cada um é dono de suas escolhas, mas acho extremamente incrível o modo como as pessoas acabam por sacrificarem seus sonhos por medo de perder um emprego, por medo de decepcionar alguém, por medos talvez sem sentido. Que tal seguir a rotina (afinal é dela que pode estar vindo o dinheiro que sustente sua vida, sei lá), mas ao mesmo tempo nos dar o prazer de viver momentos que no satisfaçam enquanto pessoa, enquanto alguém que está passando por um mundo numa breve viagem, sem certeza do que pode estar por vir. Eu já escolhi viver uma vida paralela à minha rotina. Vamos juntos tornar rotina o nosso sentido da vida?!
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quinta-feira, 3 de setembro de 2015

O Conhecimento do Não Saber ?



Quando realmente sabemos que conhecemos algo?
Eu realmente não sei se somos capazes, ou melhor, se sou capaz de conhecer algo em sua totalidade. Aí teve inicio o meu interesse em conhecer a parte que eu não sei. É isso mesmo, conhecer a parte que eu não sei, me faz chegar um pouco mais perto da totalidade do meu conhecimento. Descobrindo qual caminho devo explorar mais, o de aprofundar no conhecimento do saber, ou de explorar o conhecimento do não saber.
            Quando o não saber de algo é conhecido ele não deixa de ser não saber, ele só passa a ser conhecido, ou ate mesmo reconhecido, pois, quando reconheço que não sei tenho a convicção disso, quando conheço que não sei, tenho a quase certeza de que posso transformar esse não sei em algo que eu passe a saber.
            Não é difícil entender e distinguir o saber do não saber, é um pouco complexo, pois envolve uma das coisas mais difíceis de lidar, nós mesmos!
            E por que então consigo distinguir o que o outro sabe e não sabe, e quando eu tenho que fazer essa distinção em mim é tão complicado? Talvez seja pelo fato de não ser só distinguir mas, ser quase um assumir que não se sabe algo ou parte de algo, e isso é tão incomodo que chega a doer, em mim pelo menos.
            Mas aqui bem no finalzinho eu assumo, eu ainda não conheci quase nada do meu não saber, e sei muito pouco do que eu realmente conheço.
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O Conhecimento do Não Saber


A plenitude do conhecimento é a mãe do não saber. Quando nos libertamos das correntes que aprisionam o conhecimento, então temos uma visão do cárcere no qual vivíamos, passamos a não mais nos anestesiar da dor e do sofrimento, passamos a entender que a beleza do conhecer está em não conhecer, e percebemos que ser ou não ser não é a questão, mas a questão é ser e não ser, saber e não saber, viver e não viver. Estas linhas que dividem os nossos pensamentos são frutos da emancipação do saber, Sócrates relata a importância de se admitir não saber ou conhecer todas as coisas, e é a partir desse principio que partimos para a construção de um novo conhecimento.
Em dias quentes sentimos calor, em dias de inverno sentimos frio, e a cada instante sentimos algo, seja bom, ou ruim, no entanto esse sentir já faz parte do nosso ser, e está associado ao viver, ao saber, ao conhecer, e por que não dizer ao não saber? Mas como reagir a esse questionamento, como posso sentir, ou viver o que não sei. A instrução da sabedoria é o abandono do conhecimento, e a retomada do conhecer, ou seja, a compreensão de que nada é tão pleno a ponto de transpor todo o nosso intelecto, e é isso que nos leva a uma busca insaciável do desconhecido, e quando percebemos já estamos emaranhados na raiz de todas as questões, e só então nos damos conta, de que o saber não é o conhecer, mas que o conhecer nos faz saber, e é esse saber que nos faz compreender que o não saber é um princípio dos sábios, e é angústia para os tolos. O conhecimento é a porta de saída para a liberdade.

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